Papo de Visão Direto do Paraná ft. B0MB0M Lyrics

Moleque novo era bom na escola, só tirava boas notas

Mas começou a ser humilhado no colégio, pulou o muro e foi atrás das outras notas

Um cara de droga depois uma pistola

Camisa de time, chinelo e bermuda

Apetite tem sobre só entra de sola

O tempo passa só promete e nunca muda

Falta de conselho, não foi

Tanto que a mãe avisou

Entrou por um ouvido e saiu pelo outro

As palavras da família e do pastor

Agora que fez dezoito é dono de biqueira, só maldade e olho aberto

Não confia em ninguém, prefere mais as de cem e os bolos de cinquenta, do que ter Jesus por perto

Soldado lado a lado, armamento pesado, nave para todos lados as brabas

Filho de crente, pelo crime fascinado, a bíblia deixou de lado em troca da matraca

E quantas vezes que falou só um pouquinho, mais uma fita e vou parar

Mas não foi ele que decidiu o final, chegou sem avisar

Uma motoca preta, dois caras de blusa preta e capacete lacrado

O da garupa sacou e meteu bala

Acabou a temporada, final antecipado

Só que o bagulho é louco né tio

Sempre foi, desde que o mundo existe

Sonhou com o topo, ser o cara do crime na linha frente

Só senti ensanguentado, cena triste

Quem tem todo mundo que fala que nós é nós

Quis ser o mito e acabou virando história esquecida

Não é nem lembrado nem na vila

O tempo passa nasce outro e nasce outro

Pra assumir o topo sempre tem mais um que tá na fila

O tempo passa morre outro e outro

Esquece de Cristo, sem amor, coração oco

Quer chegar no topo e faz de tudo pra tá lá

Papo visão direto do Paraná

Comprou uma cadeira gamer, mas matou todo mundo na tela

Vai achando que a vida é igual gta

Bem-vindo a vida real não é igual a vídeo game

Uma vez que morreu não dá pra voltar

Aqui não é Al-Qaeda e nem Hezbollah, é Paraná

Já perdi a conta de quantos amigos que eu vi tombar

Por causa de nada, sem motivo algum

Só pra fazer nome, muito moleque dá tiro bum, bum, bum

Por causa de nada, sem motivo

Intolerância faz eu sair da minha casa, mas ninguém me garante que eu volto vivo

No jornal é só uma estatística, na rua de casa é amigo

Não é fácil olhar que o moleque que cresceu comigo, fez escolhas erradas

A colheita foi badalada último som que ouviu foi plaw

Minha lama chorando pela quebrada-da-da-da

Uns aguardam o topo, eu espero Cristo voltar