Habituado a Sofrer Lyrics

Eu já fui pra tão longe

E nem deixei um adeus.

Os teus olhos ainda choram

Quando te lembras dos meus?

Só posso dar o que é meu,

A vida não cura.

O jazz desapareceu,

Mas o blues não morreu.

Habituado a sofrer

Para bonito parecer,

Não é vida pra ninguém.

Fui alegre a fingir,

Aprendi a sorrir

Na verdade de alguém.

Viveste a mentir

Num triste existir,

À procura de alguém.

A verdade a mentir

Já foi dita pra mim,

Nunca foi pra ninguém.

Se alguma dor existiu,

Não contou nada a ninguém.

Se a solidão mata,

Nunca fui tão refém.

Ensina-me a desaparecer

Sem pernas para andar.

Em câmara lenta,

O tempo passa a voar.

Calça os meus sapatos,

Anda o que eu já andei.

Que a vida te dê

O que eu já te dei.

O meu passatempo favorito

É ver o tempo a passar.

Quem espera nunca vive,

Quem vive desiste de esperar.

Preso numa cave,

Vejo sombras a passar.

Uns não têm pressa,

Outros morrem a esperar.

O que resta de um gajo

Sem sapatos para andar?

Apenas a poeira

Que outros deixaram.

Último Refrão

Habituado a sofrer

Para bonito parecer,

Não é vida pra ninguém.

Fui alegre a fingir,

Aprendi a sorrir

Na verdade de alguém.

Viveste a mentir

Num triste existir,

À procura de alguém.

A verdade a mentir

Já foi dita pra mim,

Nunca foi pra ninguém.

"Olha para os ponteiros do relógio…

O que é que vês quando olhas para os ponteiros do relógio…"