Juízo Final da Favela Lyrics

O céu da favela tá cheio de fumaça A justiça se esconde por trás da ameaça

Quem carrega fuzil não carrega razão E no final é o pobre que cai no chão

No morro o helicóptero é o anjo da morte Escolhe quem vive, decide quem tem sorte

Criança no chão, mãe que grita em vão Mas pro sistema é só mais uma estatística

No balcão, a polícia invade e não pergunta Tira, a ordem é clara, destrua a vida

Operação ou massacre, quem vai dizer No tribunal da favela, ninguém pode se defender

Quantas vidas precisam tombar Pra entenderem que isso não é segurança

É matar, quantos gritos vão se perder na viela

Antes que enxerguem a guerra na favela Juízos no final da favela, sentença já

Dada Pro preto, pro pobre, pra alma pagada

A justiça é cega, mas só pra quem convém Porque o sistema só mata quem não tem

No palácio eles brindam com taças de cristal Enquanto o sangue escorre pelo esgoto da capital

Cada bala disparada é dinheiro contado Quem morre na favela morre assassinado

Eles chamam de guerra, mas é genocídio É limpeza íntima escondida no vício

Pra eles a favela é um campo de caça E quem mora aqui é tratado como ameaça

Quantas vidas precisam tombar Pra entenderem que isso não é segurança

É matar, quantos gritos vão se perder na viela

Antes que enxerguem a guerra na favela Juízos no final da favela, sentença já

Dada Pro preto, pro pobre, pra alma pagada

A justiça é cega, mas só pra quem convém Porque o sistema só mata quem não tem

Cada disparo é uma assinatura de morte Cada lágrima é o peso de quem perde a sorte

Não é justiça, é um pacto de sangue E o estado celebra o cadáver que expande

Juízo final da favela, o povo conhece A sentença do rico, o pobre é quem padece

Mas a favela resiste no grito e no olhar Porque quem vive na luta não vai se calar

O céu da favela tá cheio de fumaça Mas a chama da resistência nunca se apaga

No juízo final, o morro vai julgar E o sistema podre não vai escapar

O céu da favela tá cheio de fumaça Mas a chama da resistência nunca se apaga

No juízo final, o morro vai julgar E o sistema podre não vai escapar