Entre Mortos e Feridos Lyrics

Psicose Rec

SC, Lado Oeste

é Rima Viva, negô...

Sozinho na madruga, eu tô sem destino algum

somente eu e Deus num Opala 81.

Trago as cicatrizes de não ser um cara comum,

pra homens como eu, não tem atalho nenhum, não.

Seguir em frente é a única opção

num mundo onde ingrato morde a mão que o alimenta.

De onde eu vim, ser fraco é uma decepção.

Não vou pedir desculpa, irmão, sou geração 90.

É fácil julgar quando a situação embaça.

Nego, os cães ladram, mas a caravana passa.

Normal ser a caça, o alvo,

então, antes um rival declarado do que um traidor que abraça.

Depois de tanto, tu acha que resta medo?

Tu cria casca, e foda-se quem aponta o dedo.

Vida venenosa, cada um com seus segredos.

Até o amor pode ser presente de grego.

Emocionado eu nunca fui, então não fode, porra.

Sei onde piso, o que pode e o que não pode.

Cê é homem mesmo? Tem certeza? Então me prove.

No fim das contas, diz aí, o que te move?

Tu tem por quem matar? Ou pelo que morrer?

Tu tem por quem ganhar? Ou pelo que viver?

Tá disposto a perder? Rastejar, se foder?

Que desculpa tu dá pra nunca se mexer?

Eu não pensei como seria diferente ao chegar aqui.

Caralho, olha que loucura.

Pra ser sincero, sempre fui um pessimista

e até achava que estaria morto a essa altura.

Fodi com o destino, continuei seguindo.

Nem sempre eu tô sorrindo, dias ruins vêm vindo.

Sangrar pra vencer

é lindo, sonho em realidade,

mas o que seria se eu ainda estivesse dormindo?

Cada ser é um universo, eu sei bem,

todos em guerra também, como dizer quem é quem?

No fundo, desculpas aqui todos têm.

A diferença é que uns aceitam e outros não ser refém.

Tu acha mesmo que eu ia render pros problemas?

Que tipo de homem eu seria se desejasse pena?

Tu é pequeno se a coragem é pequena,

e sou daqueles que querem morrer lutando na arena.

Mesmo em dias que a minha mente me trai, quando a força se esvai,

cuido pra que não me iludam.

Me sinto bem, me sinto mal num loop eterno.

Já atravessei o inferno, e foi sem pedir ajuda.

Por todas as vezes, venci os meus demônios.

Até me trouxe calma, mas cobrou um alto preço.

Passei tanto tempo em guerra que agora

a paz me é estranha, e às vezes não me reconheço.

Como um cachorro que corre atrás de um carro

e nunca planejou o que faria se um dia o alcançasse,

me vi no topo da montanha antes dos 30.

Cheguei bem longe pra quem viu a morte face a face.

Cada ser é um universo, eu sei bem,

todos em guerra também, como dizer quem é quem?

No fundo, desculpas aqui todos têm.

A diferença é que uns aceitam e outros não ser refém.

Tu acha mesmo que eu ia render pros problemas?

Que tipo de homem eu seria se desejasse pena?

Tu é pequeno se a coragem é pequena,

e sou daqueles que querem morrer lutando na arena.